Clarice Lispector

Clarice Lispector

Seguidores

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Homenagem à Poeta e Pintora Luiza Caetano de Portugal


Telhados de Lisboa, de Luisa Caetano.

Homenagem dos Grupos Artforum Mundi Planet &
Artforum Brasil XXI à Poeta e Pintora Luiza Caetano de Lisboa/Portugal.

CANTO A LISBOA"

Lisboa
se vestiu de Rio, languidamente
sensual! tortuosa! brilhante!

Bate o Sol na Mouraria
faz sombra no Bairro Alto,
porque a festa é no Rossio!

Lisboa se vestiu de Rio
na franja do frio
dos embandeirados
barcos no Tejo.


há fumos! há cheiros na brisa
perfumes de namorados

Lisboa,
Coberta de luzes
qual manto de lantejoulas
na Rua do Capelão
Marinheiros soltam amarras
e as varinas o pregão
juntamente... os seus amores

Tomando café na Ribeira
entre um buquê de flores,

Lisboa chora!
Lisboa canta !
Lisboa Ri!

se esfuma no canto do Rio
comendo castanhas assadas
em cada final do dia,

Lisboa de mãos-dadas
apaixonadamente!

luizacaetano

06/09/07

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

" O SOL DA MINHA TELA"


Guardei
um
Sol
para ti
que és
a minha pessoa errada...

Um horizonte!
Uma fonte!

Um Monte!
Um Céu! Uma nuvem!

Um sonho feito de nada...

Guardei
um SOL
para ti

Uma Ilha!
Um Continente!

uma saudade
latente
Pintada
em cada cor!

Em minhas mãos
uma aliança
e a minha jura sagrada

Tudo, tudo Meu Amor!
Tudo feito de quase nada...

luizacaetano22/09/2006

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Almas Gêmeas, de Luiza Caetano


"POEMAS"

Na serena
gaveta do poeta,
a serpente erguida
em armada espoleta.

Toque de pedra!
Roçar de gato!
Ardósia riscada
Letras pressentidas

Jogo de palavras!
Violadas! Batidas!

Riso!
Risco!
ou
Ritual

O gato mia !
A gaveta chia!
A bofetada sofre !
A palavra liberta
da serpente o veneno!

O poeta chora
falivelmente pequeno.


luizacaetano

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
" O R G I A S "


Entrar dentro de ti
como no mar,

Mergulhar-te
como se fosse a primeira vez,

viajar ao paraíso das algas!
dançar nas ondas !
ferir-me nas rochas!
no odor dos sargaços!


Depois...
da noite do dia,
da orgia dos cansaços

me estenderei no fundo
do fundo mais profundo
de ti e de mim
e
beliscarei a vida.

Luiza Caetano

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

E foram muito felizes, de Luiza Caetano

"LIBERDADE"

Gritar é proíbido?

Façamos então um esgar
um silencioso movimento
na tortura desse momento...

Deixa o nó se desatar,
como o vôo da borboleta

- também podemos voar...

Não me amordaçes o grito
de nervos libertos e gozo
- o céu é o infinito !

Espera-nos o areal,
uma cama de vento e de sal,
um vendaval de emoção,

- Um cristal em cada mão!

luizacaetano

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
UMA GOTA DE ORVALHO"


Se
eu roubar âs rosas
as suas pétalas
e te vestir de vermelho ritual
num gesto possuído de desejo,

pétala a pétala
pressentida de carmim...

Se eu roubar às rosas
o teu cheiro
numa constelação
de brisa e de ardor
demoradamente
desmembrar a flôr...

Se eu possuir o coração da rosa,
rumor de água a fluir
no interior da madrugada...

Serei como um pássaro a emergir
ou
uma gota de orvalho
no céu do teu corpo

luizacaetano

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

POEMA PARA UM MENINO DA GUERRA"


Menino-homem,
que trazes ruído de guerras
no olhar parado,

que trazes nos gestos cansados,
nesses gestos de menino-velho
patéticas imagens
de cadáveres bradando sangue
no verde dos teus caminhos!

Menino-homem,
tu
que acordaste espantado
no meio dum tempo que te roubou a idade,

Tu,
que acordaste homem
de mãos crispadas numa metralhadora!

Tu,
que nasceste roubado de tudo...

- até dos infinitos de azul
porque riscaram o teu céu
de negras bombas assassinas ?
e te vedaram os horizontes de menino?

Tu,
cujos braços
apenas aprenderam a matar,

Criança
também não sabes!
Também te roubaram
o dom maior do Ser Homem,

O DOM DE AMAR!

Menino - Homem,
como me dói pensar-Te!

luizacaetano

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Florbela Espanca, de Luiza Caetano


"ACORDEI SONHANDO"

Acordei sonhando
em cima da areia,

o Sol se fôra
estava Lua Cheia,

mãos cheias de nada
brincando com a vida.

Acordei sonhando
que estava perdida!

Era uma Deusa?
ou
uma Bruxa demente?
ou
apenas
Uma condenada
à galé dos sonhos?

Colhi esse instante
de ave ferida

Sim,
acordei sonhando!

- A praia-mar
fora há séculos!

luizacaetano

25/08/07

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
..
"LEMBRANÇAS DE ONTEM"

T`espero na Quinta Feira
lá na esquina das saudades
Vestida de arlequim.

Sexta também estarei
na pracinha dos Afectos
de rosa ansiosa ao peito

Ainda que não apareças
com o trajo de jasmim

Fico na parte da porta
mesmo em frente ao cinema
da Via La Vie en Rose

Negra sala escura
sono, sonho, delícia

e,
depois vamos beber
naquele bar onde a música
toca com dedos de chuva
a magia dos encontros

Muito antes da aurora
marcar o dia de ir
subiremos a Serra Madre
onde a terra cheira
a riso quebrado de sombras

e
os ponteiros nervosos
como navalhas
marcam o tempo
de ir embora

luizacaetano

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

"À FLOR DA PELE"


Vens breve
como a brisa
quase sempre
à flor do tempo.

Ficas-me no entanto
indelevelmente
à flor da pele...

como pétala de Outono
num gesto de adeus!

ou
um som diáfano
musicado pelo vento!

Vens breve
como os dedos da noite
abandonadamente.


LuizaCaetano

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Solidão Acompnhada, de Luiza Caetano

"PARA O MAIS LONGE POSSÍVEL"

Entrou na estação do trem. Dirigiu-se à bilheteira tendo ficado a olhar os destinos -de forma alheada, inconsequente.

O empregado da bilheteira, depois de a olhar curiosamente de soslaio esperando ela pedir um destino e, supreso pelo silêncio, lhe perguntou - É para onde?
Sem quase levantar os olhos - ela respondeu: é para o mais longe possível. Não importa!

Pagou o bilhete, guardando o seu destino amarrotado na algibeira . Sentou-se esperando o trem chegar. Lá fora o Outono despedia-se num streap tease de folhas bailadas na nostalgia amarela e castanha da brisa. O trem chegou no meio duma baforada de fumo, anunciando sua chegada com estridência. Sobressaltou-se, caminhando lentamente para a sua carruagem com a sensação de estar subindo para o cadafalso.

Entrou, tendo procurado um lugar junto à janela na ideia de que o filme da paisagem ante seus olhos a distraíssem. O trem que até não ía com muita gente, esganiça seu grito de partida e ela se aconchega esquecida do que estava ali a fazer. Para onde ía! Porque partia!

O xanax, entretanto tomado e o ronronar do combóio a mergulharam num sono esquecido e profundo.. Entre o acordar e o adormecer a sua vida apagou um dia e uma noite. Foi acordada pelo bilheteiro que a abanou - Menina, estamos na Estação Central de Paris. Fim da Linha! Ela abre os olhos espantados e patéticamente distantes. - Paris????

Pega na bagagem (um simples par de jeans, um camisolão, uns ténis, 1 tela, 2 pincéis e 4 tubos de tintas) e sai para as Ruas dessa Cidade Luz olhando espantada , acordando memórias de alguns lugares da sua juventude.

Lembrou-se de um hotelzinho em Saint German des Prés. Apanhou um táxi e deixou-se embalar pelas recordações de Paris! Tinha então 20 anos. As mãos cheias de sonhos, as algibeiras vazias e a alma plena de verdes ilusões. Paris! Paris! era nesse tempo o rio para onde todos corriam em busca da cidade cultura, da boémia, da loucura e do amor.

Chegou ao hotel. Pediu um quarto e subiu no elevador velho. Todos os elevadores dos velhos hotéis de Paris.

Abriu a mala, pegou na tela, nos pincéis e ali mesmo no receptáculo do sabonete, deitou as tintas e atacou a tela de forma alucinante. Pintar o quartier Saint Gérmain des Prés? A sua cabeça era uma janela onde a vertigem se instalava num movimento que queria passar à tela.

Não tinha fome! Não tinha sede. Pintou até adormecer.Caíu num sono profundo só despertado pelo pessoal da limpeza.- Onde estou? Que faço aqui? - ergueu-se e os seus olhos se pregaram à tela. Horror!!
- Parecia um campo minado. O fundo era negro e o vermelho escorria como sangue vivo por toda a tela, fazendo pequenas poças.
- Quem pintou este horror?- Meu Deus, será que fui eu quem pintou isto?

Debaixo do chuveiro numa catarse emocional. Suas lágrimas se juntavam à água corrente! Os soluços rebentavam-lhe o peito. - Vestiu-se. Agarrou a mala e saíu para a rua onde a neblina se fechava sobre a sua cabeça em tons húmidos de cinzentos luminosos.

Finalmente, uma fome voraz a fez sentir-se viva. Tomou o café da manhã. Café leite, pão croissants e mais café. Pagou. Apanhou um táxi para o Aeroporto. Na bilheteira pediu um bilhete para Lisboa.

Quando sobrevoava a Cidade branca de Lisboa, entre lágrimas e angústia, pela primeira vez, Sorriu!

O MAIS LONGE POSSÍVEL, ESTAVA AFINAL DENTRO DELA!

luizacaetano13deNovembro2006


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Homenagem dos Grupos Artforum Mundi Planet
& Artforum Brasil XXI & La Maioson D'Art Garjan

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Arte e poemas de Luisa Caetano


Barco da Saudade, de Luiza Caetano
a
Florbela Espanca, de Luiza Caetano

Homenagem a Eça de Queiroz, de Luiza Caetano

Pessoa de Lisboa, de Luiza Caetano




Pensamentos de Clarice Lispector
... "estou procurando, estou procurando. Estou tentando me entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o
que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda".(Clarice Lispector)

"Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar".(Clarice Lispector)

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca".(Clarice Lispector)

"É difícil perder-se. É tão difícl que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo." (Clarice Lispector)

..."estou procurando, estou procurando. Estou tentando me entender.Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda".(Clarice Lispector)

"Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar".(Clarice Lispector)

"É difícil perder-se. É tão difícl que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo."(Clarice Lispector)

"O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós."(Clarice Lispector)

"Porque há o direito ao grito, então eu grito." (Clarice Lispector)

Mirabilis

Mirabilis
Artforum Brasil XXI

Academia de Artes e Poéticas "Clarice Lispector"

Planeta, maio de 2008 -Academia de Artes e Poéticas "Clarice Lispector" - "Um espaço não vazio"....

A Academia de Artes e Poéticas "Clarice Lispector", é especial homenagem à escritora Clarice Lispector, nascida em 1920 e falecida em 1977. A literatura brasileira começou a viver uma revolução chamada Clarice Lispector, em sua época. Uma revolução que começou com o seu romance "Perto do Coração Selvagem", e que até hoje respira a alma de Clarice, que por sua vez inspira milhares de pessoas.

Estamos a exatos 12 anos do centenário de nascimento de Clarice e sua poética literária, que continua considerada como única em seu tempo (começo do século XX, quando com apenas 20 anos já manifestava suas posições e militância intelectual a favor da liberdade, dos direitos humanos, e contra a sociedade machista da época.

A obra literária de Clarice Lispector continua inspirando os estudos e teses sobre a alma humana, pois ela escrevia o que sentia, numa literatura existencial, numa prosa poética e urbana cheia de sentimentos intensos.

Clarice nasceu em plena fuga, na Ucrânia. Seus pais eram judeus e fugiam da perseguição religiosa da Rússia. Ela chegou com seus pais ao Brasil aos dois anos. Naturalizou-se brasileira e, com sua inquietude e angústia, transformou a literatura nacional para sempre.

Academia de Artes e Poéticas Clarice Lispector

Academia de Artes e Poéticas Clarice Lispector
Este espaço é a Primeira Academia Virtual em homenagem à pensadora, escritora e poeta que muito contribuiu com a história da literatura brasileira. Este espaço foi iniciado em maio de 2008, para homenagear a memória da escritora Clarice Lispector, bem como de outros autores e metres da literatura brasileira e internacional.

Este espaço cultural, poético e literário foi aberto em maio de 2008, como proposta apresentada no Fórum Internacional de Mulheres do Futuro pela Paz do Planeta.

Brasil, maio de 2008
Grupos ArtForum Brasil XXI
Projeto Universidade Planetária do Futuro
*

Fórum Internacional de Mulheres do Futuro pela Paz.

*

"Vamos Salvar A terra"
Vídeo by Ana Garjan & Luuh Designer

http://br.youtube.com/watch?v=lxAAWGKJpFU