Exposição de fotos e pensamentos
de Clarice Lispector
de Clarice Lispector
(fotos e pensamentos pesquisadas na internet)
Hoje, dia 31 de março, é o último dia da programação "Mês Internacional Artforum Mulher Inovatus" e "A Mulher são Muitas", cujos roteiros foram programadas pelo Fórum Internacional de Mulheres do Futuro pela Paz do Planeta - Ano III, onde foi idealizada a Academia de Artes e Letras "Clarice Lispector",que também está registrando três anos de publicação.
O espaço Academia de Artes e Poéticas Clarice Lispector é uma homenagem dos Grupos Artforum Brasil à sua genialidade filosófica, cultural e literária.
O espaço Academia de Artes e Poéticas Clarice Lispector é uma homenagem dos Grupos Artforum Brasil à sua genialidade filosófica, cultural e literária.
"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento".
Biografia:
Clarice Lispector (Tchetchelnik Ucrânia 1925 - Rio de Janeiro RJ 1977) passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha. Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro.
Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977). Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário da Noite. Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete.
A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo. Sobre Clarice, escreve a crítica francesa Hélène Cixous: "Se Kafka fosse mulher. Se Rilke fosse uma brasileira judia nascida na Ucrânia. Se Rimbaud tivesse sido mãe, se tivesse chegado aos cinqüenta. (...). É nessa ambiência que Clarice Lispector escreve. Lá onde respiram as obras mais exigentes, ela avança. Lá, mais à frente, onde o filósofo perde fôlego, ela continua, mais longe ainda, mais longe do que todo o saber".
"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite".
edifício inteiro".
"Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja".
Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar.
Clarice Lispector
"O que eu sinto eu não ajo.
O que ajo não penso.
O que penso não sinto.
Do que sei sou ignorante.
Do que sinto não ignoro.
Não me entendo e ajo como se entendesse".
Clarice Lispector
Dá-me a tua mão
Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.
Brasil, 31 de março de 2010 - Século XXI
Grupos Artforum Brasil Unifuturo
Coordenação: Ana Felix Garjan
http://www.artforumunifuturobrasil.org/
4 comentários:
Está maravilhosa esta postagem, caríssima amiga Ana Felix Garjan!!! Sempre apaixonante, delicioso, descobrir novos detalhes , informações, sutilezas sobre a personalidade extraordinária, complexa e instigante de Clarice Lispector!... Agradeço por partilhares conosco, generosamente, os frutos de tua pesquisa. Abraços alados!!!
Cara Ana Luisa Kaminski,
Agradecemos seu comentário sobre a pesquisa que estamos desenvolvendo sobre a imortal Clarice Lispector.
Temos grande honra de contarmos com sua presença e apoio nesse projeto especial, inaugurado com sua importante contribuição, como uma das fundadoras dessa Academia, a partir do nosso convite, em julho de 2008, e quando nos enviou poemas e seu importante CAPÍTULO I "Passagens e impasses clariceanos: entre a ostra e a crosta", que faz parte da sua dissertação sobre a obra de Clarice Lispector. Tal capítulo foi publicado aqui, nesse espaço Academia de Artes e Poéticas Clarice Lispector, em 20/08/2008.
Nessa oportunidade convidamos você a enviar outros capítulos de sua dissertação ou outros textos que achar importante para serem publicados. Pretendemos em breve, concluirmos o nosso projeto e os convites para a organização do primeiro grupo de fundadoras dessa Academia, para que possamos desenvolver o projeto da futura academia oficial.
Para esse objetivo contamos também com a sua indicação de escritoras, poetisas, artistas plásticas, filósofas e jornalistas que pesquisam e estudam sobre a obra de Clarice Lispector, para que possam ser organizados os passos fundamentais desse projeto, em homenagem à memória histórica de Clarice Lispector.
A Academia de Artes e Poéticas Clarice Lispector já faz parte do Projeto "Universidade Planetária do Futuro", inaugurado no final de março, cujo projeto conta, também, com sua honrosa presença.
Brasil, 05 de abril de 2010
Abraços poéticos e de arte,
Ana Felix Garjan
Caríssima Ana Garjan, agradeço pelo convite amável para participar do blog. Um prazer, e uma honra, poder contribuir de algum modo para homenagear, prestigiar e divulgar a obra literária da incomparável e apaixonante Clarice Lispector! Em breve, enviarei uma contribuição. Abraços alados!!!
Eu simplesmente amo Clarice Lispector!
Maravilhosa!
Abraços,
Patrícia Lara
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